segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

O ALTO PREÇO (PARA ALGUNS) DE SE IMPEDIR MEGA-INVESTIMENTOS EM PERUÍBE, SEM POR ALGO NO LUGAR - JANEIRO DE 2018






Em 2017 a atmosfera política peruibense foi tomada pelo descontentamento do movimento anti-usina. O "establishment" local foi abalado pela reação de uma parcela da população, que se insurgiu contra a "deplorável" ideia de que uma TERMOELÉTRICA contribuiria positivamente para o desenvolvimento desta cidade. Após tudo isso, digo que a massa indiferente (muito morador jamais se importou com isso, trata-se de um fato) demorará para perceber que um dos resultados dessa ação será um semi-isolamento inglório de Peruíbe em relação aos demais municípios da baixada santista, e isso só para começar.


O movimento "usina não" foi observado sob um único ângulo imaginável, a questão ambiental, mas essa análise é frágil, pois o que ocorreu foi uma ação política identitária complexa, que não se limitava ao ideal ecológico. Alguns temiam queda no movimento turístico , e muitos outros se preocupavam com desvalorização dos imóveis, aumento da violência urbana e um movimento migratório incontrolável, que na verdade já ocorre desde os anos 70, e é mais ou menos compensado pela população de peruibenses natos que partem daqui, por falta de perspectivas. Mas também tem outra questão, não destacada pela grande mídia nacional que acompanhou a polêmica: o "usina não" cresceu fortemente entre a classe média peruibense e a formada por veranistas habituais.

Já a maioria da população do "andar de baixo" ficou distante do assunto, nem a favor ou contra o projeto, ocupada que estava lutando contra o desemprego, subempregos e a pouquíssima renda numa terra tida como cara para se morar, ainda mais com a recessão/depressão brasileira seguindo com força. O desinteresse se explica por questões urgentes dessas pessoas e um ceticismo que se justifica por promessas redentoras anteriores já superadas, como o Porto Brasil. Entre os mais pobres predomina a desilusão, mais do que compreensível, pois 2018 não reserva um salto de desenvolvimento para esta cidade, e muita gente subestimada pelos "intelectuais progressistas" já sacou isso.

Ora, qualquer um que em 2017 acompanhou este blog e meu canal no youtube, sabe que falei várias vezes sobre ALTERNATIVAS ao projeto da Termoelétrica. Pois bem, cadê a sociedade mais instruída e educada para discuti-las? Tudo que sei é que esta temporada de verão 2017/2018 está sendo um sucesso (um réveillon agitadíssimo) , com o comércio lotado, ou seja, o velho modelo econômico veraneio/imobiliárias/comércio sustentando a cidade, e portanto não merecendo questionamentos, ou seja, ecoturismo e observação de pássaros não terão (ainda) um grande destaque. O turismo rural seguirá evoluindo sem chamar a atenção e o turismo ufológico se fortalecerá mais, mas o modelo econômico vigente predominará por tempo indefinido, jamais gerando os empregos necessários para a população economicamente ativa, em especial a mais carente.

Encerro esta postagem - a primeira de 2018 - afirmando que o alto preço (para alguns) de se impedir mega-investimentos como o da Usina em Peruíbe, SEM POR ALGO NO LUGAR, será o eleitorado mais proletarizado dando as costas para futuros candidatos com discurso "progressista" (anti-porto, anti-usina, anti-verticalização ...) e a VALE-RIBEIRALIZAÇÃO se intensificando como solução econômica mais prática, para desprazer dos que sonham com uma Peruba City convertida em "zona de amortecimento" - ou seria zona de aborrecimento? - da baixada santista. O Vale do Ribeira nos aguarda.



MARCADORES: FIM DO PROJETO DA TERMOELÉTRICA, TEMPORADA DE VERÃO EM PERUÍBE 2017/2018, 1 DE JANEIRO DE 2018, DIA DA CONFRATERNIZAÇÃO UNIVERSAL, RÉVEILLON EM PERUÍBE 2018


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