quarta-feira, 3 de outubro de 2012

MASCARADO POLÊMICO, ME AJUDA !!!



Um sujeito que se denominou "cidadão peruibense", veio me torrar a paciência com um comentário cheio de besteirada politicamente correta, sobre a famigerada PLC 122. O artigo em que ele fez o comentário está aqui. O problema é que o sujeito não leu o artigo no qual a PLC é criticada, ou leu e fingiu que não entendeu.

No comentário, fica claro que ele acredita que os gays são uma minoria oprimida e "humilhada" no Brasil. Ele acha que com a PLC será tudo diferente ... bem, onde é que está toda essa opressão para a lei combater? Cadê o genocídio gay que a imprensa homossexualizada afirma existir?

Ah, tem a televisão. Os personagens gays nas novelas são caricatos, e o cidadão não gosta disso. Melhor seria uma novela com um casal de barbudos fazendo  ..... fazendo algo que eu não tenho a obrigação de achar lindo. Sinto muito, mas seria um fracasso de público, e as emissoras de TV que produzem novelas precisam ter lucro. Quem sabe em emissoras públicas, que podem torrar montes de dinheiro do contribuinte com bobagens, um casal de protagonistas gays daria certo.

Não me venha com essa porcaria de lei que discrimina uma maioria a favor de uma minoria, que ela tornaria o Brasil um "paraíso" para os gays. Ora, se isso for aprovado, dois travecos poderão ser beijar dentro de uma igreja, e ninguém lá dentro poderá falar nada, pois vai ser "preconceito". 

Mas quer saber? Cansei. Melhor postar um vídeo que denuncia o totalitarismo do movimento gay. Tenho mais o que fazer:


HOBSBAWM E O PREÇO DA UTOPIA




David Pryce‑Jones *

 Tradução de Cristian Clemente


 Eric Hobsbawm tem passado sua carreira de pelo menos sessenta anos ora justificando a existência da União Soviética, ora lamentando sua derrocada. Ninguém no Reino Unido poderia igualar semelhante recorde; aliás, nem na Rússia de hoje há alguém com uma carreira comparável. A culpa dos males do mundo é, argumenta Hobsbawm invariavelmente, do capitalismo e dos capitalistas. Ele gosta de se definir como um historiador profissional, mas isso não passa de rematada autoindulgência da parte de um apologista denodado da ideologia marxista‑leninista. 

Hobsbawm não tem qualquer interesse pelas normas habituais da historiografia, que é contar o mais objetivamente possível a verdade dos acontecimentos. No entanto, quanto mais distorcidas e perversas são as suas ideias, maior a reputação que angaria. Reitor do Birkbeck College, em Londres, professor universitário, membro da British Academy e da American Academy of Arts and Sciences, coleciona prêmios, títulos honoríficos e louvores muitas vezes negados a acadêmicos de verdade. É extraordinário que a defesa do totalitarismo e o desprezo pelas sociedades livres sejam recebidos com a aprovação de multidões. 

Sir Keith Thomas, autoridade em temas da cultura britânica, por exemplo, chegou a dizer que Hobsbawm “é inigualável na sua profissão”. Numa resenha para o New York Review of Books, Tony Judt considerou‑o “o mais conhecido historiador do mundo [...] um herói lendário da cultura. Sua fama é bem merecida. Ele controla vastos continentes de informação”. Um comentarista conservador, Niall Ferguson, criticou o comunismo de Hobsbawm, mas julgou inegável o fato de ele ser “um dos grandes historiadores desta geração”. Tampouco o New York Times viu algo de contraditório ou estranho em descrevê-lo como “um dos grandes historiadores britânicos da sua geração, comunista ferrenho e homem culto, cujas obras de história, escritas com erudição e estilo elegante, continuam a ser lidas nas escolas daqui e do exterior”. 

 A revista The Nation foi muito além disso, elevando‑o a nada menos que a categoria de “um dos ‘homens virtuosos’ de Aristóteles”. O ex‑primeiro‑ministro Blair o elevou a membro da Ordem dos Companheiros de Honra, distinção rara que serviu para confirmar sua reputação. Um entrevistador da BBC, célebre por desbaratar pretensões, convidou‑o para um dos principais programas de entrevista e, de repente, entregou‑se à bajulação, chamando Hobsbawm de o maior historiador do século XX. 

 A experiência comunista – trata‑se de uma opinião já amplamente aceita – é responsável por cem milhões de mortes, e impôs ao século XX o estigma de uma das épocas mais assassinas da história. Já se descobriu que o marxismo‑leninismo é, na melhor das hipóteses, um devaneio acadêmico e um eufemismo para engenharia social; na pior, uma máquina infalível de guerra, conflitos e genocídios. Os condenados a aturar o comunismo livraram‑se agradecidamente dele assim que tiveram chance. Antigos fiéis da primeira hora – de Andrei Sakharov e Leszek Kolakowski a François Furet – viriam a explicar detalhadamente como pessoas inteligentes como eles próprios puderam estar tão enganados. Humanidade, liberdade, a simples compaixão pelo próximo: nada disso preocupa Hobsbawm. Para ele, a União Soviética caiu porque, infelizmente, não aplicou os métodos adequados para o verdadeiro comunismo. 

 Todo o experimento deveria ser repetido a partir das diretrizes deixadas por Marx e Lenin, embora essa nova tentativa também suponha o uso da força e um grande número de mortos. Em 1994, Michael Ignatieff – então jornalista político, mas depois presidente do Partido Liberal do Canadá – entrevistou Hobsbawm para a BBC. Segundo o historiador, o Grande Terror de Stalin teria valido a pena caso tivesse resultado na revolução mundial. Ignatieff replicou essa afirmação com a seguinte pergunta: “Então a morte de 15, 20 milhões de pessoas estaria justificada caso fizesse nascer o amanhã radiante?” Hobsbawm respondeu com uma só palavra: “Sim”. 

 Certa vez, encontrei Hobsbawm na casa de um amigo em comum. Conversamos sobre a Guerra Fria, em pleno vapor à época. Para ele, o certo seria jogar uma bomba atômica em Israel. Era uma simples questão de matemática: melhor matar cinco milhões de judeus do que ver uma superpotência nuclear matar duzentos milhões de pessoas. “Goebbels foi a última pessoa a falar assim”, eu disse. Ele se levantou da mesa e foi embora. 

É difícil e doloroso simpatizar com alguém tão disposto a ver o assassinato em massa como prelúdio da Utopia. É ainda mais difícil fazer‑lhe justiça. Hobsbawm pertence a um tipo de gente retratado numa memorável passagem de Ferdinand Peroutka, ex‑aliado de Tomas Masaryk, o primeiro presidente da Tchecoslováquia. Os nazistas o prenderam e os comunistas o exilaram. 

 “O tirano dos dias de hoje sempre envia dois tipos de emissários: homens armados e falsificadores de ideias; sujeitos robustos e homens magrelas de óculos e rosto chupado; capangas que espancam a nação e outros capangas que agradecem o espancamento em nome da nação. O policial é seguido – e às vezes precedido – pelo mentiroso.” 

Capangas e brutos estão presentes em todas as sociedades. Despertam pouco ou nenhum interesse, com a possível exceção da polícia. A revolução marxista‑leninista ou qualquer outro colapso social dá a tais homens a licença de pôr em prática a brutalidade que é sua segunda natureza. Obedecerão a qualquer um que lhes mandar servir de guarda em um campo de concentração ou atirar na nuca de alguém. Os falsificadores de ideias e mentirosos são muito mais sinistros. Em busca de poder, distorcem a verdade e transformam crime em justiça. Por trás dos escritos de Hobsbawm, está a sombria silhueta de um comissário assinando penas de morte com a consciência limpa. Como pôde ter se tornado um dos magrelas de óculos e rosto chupado, um profissional da falsificação e da mentira de que nos fala Peroutka?

O primeiro lugar onde procurar a resposta é em Tempos interessantes, sua autobiografia. Ele nasceu em 1917, e eu um pouco depois, em 1936. Por coincidência, ambos temos raízes judaicas e vienenses. Sua mãe, escreve, dizia‑lhe para nunca fazer algo que pudesse sugerir certa vergonha de ser judeu. Uma ou duas gerações atrás, muitos judeus abraçaram o comunismo, que parecia oferecer‑lhes assimilação, a libertação completa de uma identidade que talvez lhes envergonhasse ou – pior ainda – desse margem a situações vergonhosas. O internacionalismo teórico do comunismo oferecia a libertação das exigências da identidade judaica, uma escapatória, uma promessa de igualdade com os gentios. Essa resposta a tantas aspirações foi forte o bastante para seduzir muitos judeus a se tornarem revolucionários marxistas. Hobsbawm foi um deles. 

Perseguidos tanto por Hitler como por Stalin, o destino dos marxistas judeus não foi senão trágico. Sua identidade revolucionária adotiva só convencia a eles próprios. O sionismo, ou seja, o nacionalismo judaico, era outra escapatória possível, uma retirada, uma afirmação de alteridade, uma espécie de tribalismo até – também com seu elemento trágico. Sendo um judeu marxista revolucionário, Hobsbawm vê em Israel uma nação “imperialista”, e por isso negou‑se certa vez a tomar um voo que fazia escala em Tel-Aviv. 

 Na sua autobiografia, despreza Israel, chamando‑o de “o pequeno Estado‑nação militarista, frustrante na sua cultura e agressivo na sua política, que pede a minha solidariedade em termos raciais”. Noutra ocasião, visitou a Universidade Bir Zeit, na Cisjordânia, para dar seu apoio aos palestinos. Ficamos sem saber por que o nacionalismo palestino é válido, mas o judaico não. A proposta que uma vez o ouvi fazer – cinco milhões de sionistas deveriam ser mortos – representa a ideologia marxista judaica levada ao ponto de transformar a revolução em reação. 

Depois de crescer em Viena e Berlim, Hobsbawm chegou à Inglaterra em 1933 e entrou em Cambridge três anos mais tarde. Naquela época, a cultura britânica era provinciana. Com o intuito de provocar uma mudança no público, formadores de opinião como H.G. Wells, Bernard Shaw, o casal Webb, Victor Gollancz – editor e iniciador do sucesso comercial Left Book Club – divulgavam o comunismo a pessoas que não tinham contato com o Partido nem com o movimento trabalhista. Acadêmicos, donos de terras, advogados, poetas e jornalistas, futuros ministros, clérigos, socialites, celebridades: todos se declaravam comunistas. Ano após ano, a Intourist levava milhares de visitantes ansiosos à União Soviética para passeios cuidadosamente escolhidos e supervisionados dos quais voltavam para casa empolgados, repassando desinformações sobre o país. Uma Grã‑Bretanha Soviética estava se formando, os acontecimentos mundiais talvez a fizessem surgir, assim como o regime colaboracionista de Vichy emergiu do blitzkrieg nazista de 1940.

 Faltava uma cabeça cosmopolita no centro da batalha política do continente, seja nas barricadas, seja nas conferências; era preciso uma versão local de Malraux, Aragon ou Togliatti. Tipos como Arthur Koestler e Malcolm Muggeridge poderiam ter servido, mas disseram a verdade sobre o que viram e logo se tornaram inimigos do povo. É aí que entra Hobsbawm. Falante de alemão, podia ser admirado por ter visto as tropas de choque de Hitler. O fato de ser judeu e marxista aumentou a sua credibilidade. Em Cambridge, era rodeado de amigos e conspiradores como Kim Philby e Guy Burgess, ambos já agentes soviéticos. Outro membro desse círculo era Noel Annan, que me disse certa vez que Hobsbawm tinha tanto talento para a persuasão que espalhou o comunismo entre seus contemporâneos. 

Também estava com eles James Klugmann, futuro membro do Comitê Central do Partido e um dos pivôs no processo de manipulação a levar Tito ao poder na Iugoslávia. Quando Tito se revelou nacionalista, Stalin retirou seu apoio e ordenou Klugmann a iniciar uma polêmica contra o próprio homem que ele secretamente ajudara a chegar ao poder. Um pequeno episódio de Tempos interessantes mostra‑se especialmente revelador. Durante um dos ataques aéreos, uma mulher descrita como camarada Freddie ficou presa sob os escombros. Certa de que morreria, gritou: “Vida longa ao Partido, vida longa a Stalin”. A conclusão de Hobsbawm para essa tragicomédia foi: “O Partido era a nossa vida”. 

 Hobsbawm é sem dúvida inteligente e engenhoso; é capaz de manusear com facilidade as ferramentas de trabalho do historiador: pesquisar arquivos e fontes primárias e ser o mais objetivo possível no tema que tem às mãos. Um historiador marxista, porém, não pode seguir tais princípios; deve propor perguntas a respostas já dadas. Seu estudo orienta‑se pela obrigação de provar que os dogmas, teorias, especulações, gostos e repulsas de Karl Marx são confirmados em todas as sociedades em todas as épocas. A historiografia marxista nada mais é que um longo juízo de valores a priori que elimina necessariamente tudo o que não lhe dê sustentação. 

O livro mais conhecido de Hobsbawm, A era dos extremos, com suas 627 páginas, alega ser uma síntese do século XX. É um ótimo exemplo de história escrita como um juízo de valores a priori, uma completa obra‑prima de distorção e omissão. Seriam precisas outras 627 páginas para apontar e esclarecer todas as suas duvidosas generalizações ex cathedra. Detenhamo‑nos pelo menos em alguns detalhes. Não há qualquer menção ao rearmamento secreto da Alemanha promovido pelos soviéticos durante o entreguerras. O argumento bastante convincente de que Hitler aprendera de Lenin e Stalin a estratégia da violência é descartado de antemão. Nenhuma menção a Beria e à polícia secreta NKVD, nenhuma análise do trabalho escravo nem da grande fome projetada na Ucrânia para roubar e matar camponeses infelizes. 

 A única vítima do gulag a ser nomeada é Nikolai Vavilov. E quanto a Mandelstam, Babel, ou os milhões de vítimas que não merecem ser esquecidas no anonimato? Com um desdém particularmente hediondo, Hobsbawm diz que mesmo o anticomunista Soljenitsin teve a carreira de escritor “firmada pelo sistema”. As referências ao Terror de Stalin são esparsas e fortuitas. Da Pequena historia do Partido Comunista Sovietico, de Stalin, Hobsbawm diz, como se fosse incapaz de ver o seu erro de lógica: “não obstante as suas mentiras e as suas limitações intelectuais, é um texto pedagógico escrito com maestria”. 

Muitos abandonaram o Partido diante do pacto firmado entre Hitler e Stalin em agosto de 1939. Hobsbawm não. Para ele, o Pacto marcou “a recusa da URSS em continuar opondo‑se a Hitler”. O Pacto trouxe consigo imensos ganhos territoriais, mas Hobsbawm acha lógico afirmar que por esse meio Stalin esperava ficar fora da guerra. Na verdade, em 1939 veio a invasão dos países bálticos, e quase metade da sua população foi deportada. Esse processo genocida é desprezado por Hobsbawm com o costumeiro desdém marxista por pequenas nações. Em uma imensa sequência de eufemismos, esses países foram simplesmente “adquiridos” ou “transferidos” por Stalin. Da mesma forma, em 1989 eles “viriam a se separar”. Aquilo que para todas as repúblicas aprisionadas pela União Soviética representou uma libertação, para Hobsbawm foi a criação de um “vácuo internacional entre Trieste e Vladvostok”. 

O pacto entre Hitler e Stalin permitiu ainda que os soviéticos invadissem a Finlândia. O Partido teve que elaborar uma justificativa especialmente convoluta e mendaz para acobertar esse ato unilateral de agressão contra um país pequeno. Em dezembro de 1939, Hobsbawm e Raymond Williams, outro comunista, cumpriram com seu dever e escreveram um panfleto com a alegação de que Stalin enviara o Exército Vermelho ao país para proteger a Rússia de uma invasão imperial britânica. Ambos os autores viviam na Inglaterra do tempo de guerra e não podiam ignorar que seu país enfrentava uma invasão alemã que podia muito bem acontecer, de modo que os ingleses não estavam em condições de invadir a Rússia. Hobsbawm menciona esse episódio vexaminoso apenas na sua autobiografia e bem de passagem. 

Segundo Hobsbawm, Stalin modernizou e industrializou a União Soviética; se assim não fosse, Hitler teria vencido a guerra. Não há menções à contribuição americana, sequer dos equipamentos que forneceu ao Exército Vermelho. Comparado aos salvadores da humanidade Lenin e Stalin, Hitler parece débil. Nada de menções a Treblinka ou Auschwitz. Esses crimes parecem quase secundários. O leitor deve ser poupado de qualquer coisa que possa conduzi‑lo à equação bastante aceita dos sistemas totalitários semelhantes. 

 Tampouco há menções à supressão do Partido Comunista polonês no final da década de 1930, ou ao massacre da elite polonesa em Katyn. A destruição de Varsóvia pelos alemães em 1944 – a que o Exército Vermelho assistiu, imóvel – não foi senão “o castigo pelos levantes urbanos prematuros”. Do leste e do centro da Europa ocupada, no qual o Exército Vermelho criaria o bloco soviético, Hobsbawm, em mais um incrível eufemismo, diz‑nos se tratavam de “países que romperam com o capitalismo na segunda grande onda mundial de revolução social”. Ao fim da guerra, “a URSS não era expansionista – e muito menos agressiva – nem esperava haver qualquer outra expansão da frente comunista”. Não há qualquer referência à prisão, deportação e assassinatos frequentes dos democratas e anticomunistas, ou à supressão dos partidos políticos. 

Tampouco se fala que os comunistas da Alemanha Oriental livravam‑se dos opositores pondo‑os nos campos de concentração deixados por seus precursores nazistas. A vitória da União Soviética foi “o triunfo do regime ali instalado pela Revolução de Outubro”. Hobsbawm afirma muitas vezes que a União Soviética trouxe estabilidade a diversos países, quando na verdade os estava invadindo e subvertendo. A globalização é apresentada como o ápice do mal capitalista e causa da falha do comunismo. E o mundo é quem sai perdendo, uma vez que há um “espaço moral vazio” no centro do liberalismo capitalista. A China mantém a chama acesa. Sob Mao Tse‑Tung, na opinião de Hobsbawm, “o povo chinês ia bem”, havia mais matrículas na escola primária e melhores roupas. A desumanidade nunca é desumana quando serve ao comunismo, mesmo que a realidade o estivesse destruindo. 

 As denúncias de Khruchev contra Stalin no XX Congresso do Partido em 1956 enchem Hobsbawm de horror. Khruchev maculou propositadamente a Revolução de Outubro. Disso podemos depreender que, se ele tivesse ficado quieto, os crimes de Stalin poderiam se repetir indefinidamente. Consequência imediata das declarações de Khruchev foi o levante húngaro daquele mesmo ano. Com sua habitual mescla de duplicidade e força bruta, os soviéticos debelaram o que fingiam ser uma contrarrevolução. 

Depois de garantir salvo‑conduto aos líderes da revolta, prenderam‑nos, julgaram‑nos num tribunal secreto e os enforcaram. Quase tantas pessoas abandonaram o Partido como quando da invasão da Finlândia pelo Exército Vermelho – inclusive amigos e colegas de Hobsbawm. Hobsbawm por sua vez escreveu uma defesa da carnificina soviética no jornal comunista Daily Worker: “Embora aprovemos, com o coração pesado, o que agora ocorre na Hungria, também devemos dizer abertamente que a URSS deveria retirar as suas tropas do país assim que possível”. 

 O caso de Eric Hobsbawm nos permite vislumbrar muita coisa sobre o desejo que os seres humanos têm de ser enganados. Nos vinte anos desde que a União Soviética se deparou com a realidade e desapareceu, ele tem implicado com os Estados Unidos, com as políticas e os aliados americanos, prevendo um desastre que só pode ser evitado por uma renascença marxista. Parece não haver limites para a capacidade da imaginação de crer no que se quer e racionalizar o irracional. A sua óbvia fé em mentiras e ideias falsas aproxima‑o mais das superstições dos curandeiros do que dos métodos de um historiador profissional. A condescendência extravagante que recebe da parte de pessoas que deveriam estudar mais é uma prova inequívoca do declínio intelectual e moral dos tempos modernos. 



* Escritor e comentarista inglês. Seu livro mais recente é Treason of the Heart: from Thomas Paine to Kim Philby (2011)

terça-feira, 2 de outubro de 2012

AGITAÇÃO REVOLUCIONÁRIA CRIA PROBLEMAS PARA OS REVOLUCIONÁRIOS






Esta é uma postagem que deixei guardada, elaborada no início do mês passado (setembro de 2012), e considero necessária que seja postada agora, nesta semana decisiva. 

"Todos os peruibenses são iguais, mas alguns são mais iguais do que os outros". Ah, ainda não entendeu?

Existem peruibenses que se acham tão iguais, mas tão iguais, que proclamam a si próprios como porta vozes do povo de Peruíbe. Iniciam um ciclo de agitação revolucionária na cidade, sem se dar conta que a história não tem como seguir por uma linha reta. Existem muitas variáveis, trilhões delas em escala global, mudando constantemente diversas tendências históricas da humanidade. Uma coisa é um grupo de militantes radicalizados iniciarem uma revolução política, outra coisa muito diferente é eles saberem o que essa revolução produzirá (não é certeza que ela levará ao que os revolucionários desejam) e como ela irá terminar. As variáveis são muitas para serem controladas, mesmo quando se trata apenas de uma cidade, e não é incomum que os próprios revolucionários sofram as consequências negativas de um ciclo que eles mesmos começaram. Coitados, não entendem as complexidades da história e os rumos imprevisíveis que ela pode tomar.

Peruíbe se encontra em um momento histórico muito difícil. A cidade está se tornando um laboratório de experimentos políticos radicais, com a possibilidade de uma certa extrema esquerda incendiária ganhar poder político, graças ao apoio de uma parcela do eleitorado no dia 7 de outubro de 2012. Aviso que essa não será uma boa escolha, entre tantas outras escolhas ruins que o eleitorado local já fez. 


Vídeo para eleitores de Peruíbe que se acham politizados, e que acreditam no extremismo como o caminho para melhorar esta cidade:




Assista ao filme, e entenderá o sentido da frase no início da postagem.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

PREFEITA DE PERUÍBE ESTÁ COM 36% DAS INTENÇÕES DE VOTO



IPAT mostra candidata Milena Bargieri com 36% dos votos 

Da Redação 

A menos de duas semanas para as eleições municipais, um novo cenário político surge em Peruíbe, conforme o mais recente levantamento de intenções de voto feito pelo Instituto de Pesquisas A Tribuna (IPAT). Na última rodada de entrevistas realizada com eleitores da Cidade, a atual prefeita, Milena Bargieri (PSB), lidera a disputa pela cadeira do Executivo com uma vantagem de mais de dez pontos percentuais em relação à segunda colocada, Ana Preto (PTB). 

Segundo a pesquisa, Milena Bargieri tem 36,7% das intenções de voto, seguida por Ana Preto, com 26,5%. A vereadora Onira Betioli (PT) tem a preferência de 18,3% do eleitorado. O índice de brancos e nulos é de 7%; não souberam responder 11,5%. 

Os percentuais referem-se à pesquisa estimulada, quando é apresentado aos entrevistados um disco com os nomes das candidatas. O levantamento foi encomendado por A Tribuna e realizado no dia 24 deste mês, com 600 eleitores do Município. A margem de erro é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa está registrada junto ao TRE/SP com o número 01252/2012.

 Comparação 

Em relação ao levantamento anterior, realizado em julho, Milena Bargieri e Onira registraram aumento nos índices, enquanto Ana Preto teve queda. A atual prefeita tinha 30,7% e estava empatada tecnicamente com Ana Preto, à frente com 33,6%. Já Onira possuía 9% das intenções de voto. 

Milena Bargieri também lidera na pesquisa espontânea – quando os entrevistados falam suas preferências sem a apresentação dos nomes das candidatas. A atual prefeita tem 27,5% das intenções de voto, seguida por Ana Preto, com 20% e Onira, com 11,1%. 

Dessa vez, o IPAT também quis saber quem os moradores acreditam que irá ganhar o pleito de 7 de outubro, independentemente de sua preferência. Nesse caso, Milena Bargieri e Ana Preto aparecem tecnicamente empatadas, com 31,4% e 32,9%, respectivamente; e 6,2% dos entrevistados apontam que Onira vencerá. 

Idade e dinheiro 

No cruzamento dos resultados da pesquisa por idade, Milena Bargieri e Ana Preto têm a melhor votação entre os eleitores de 16 e 17 anos (44,4% cada uma delas), enquanto Onira registra a preferência dos que estão na faixa etária dos 25 aos 34 anos (25,2%). 

Quando se considera a renda familiar mensal, Milena Bargieri tem seu melhor desempenho entre aqueles que ganham mais de R$ 8 mil (66,7%), assim como Ana Preto (33,3%). E Onira se sai melhor entre aqueles que recebem de R$ 4 mil a R$ 8 mil (31,8%). 

No quesito religião, Milena Bargieri tem melhor desempenho entre os espíritas kardecistas (48,6%); Ana Preto, entre os católicos (30,1%); e Onira, entre os evangélicos não pentecostais (24,1%). 

PTB/PV devem ter até quatro cadeiras 

Como tem sido feito nesta última rodada de pesquisas de intenção de voto na Baixada Santista, também em Peruíbe o IPAT realizou uma estimativa de como ficaria a composição da Câmara de acordo com as coligações partidárias. 

O cientista político e coordenador do instituto, Alcindo Gonçalves, adverte que se trata de uma estimativa, que não tem a margem de erro estatística da pesquisa – de quatro pontos percentuais –, calculada com base nos votos válidos dados a candidatos e partidos. 

Como se trata de uma amostra com 600 entrevistas, das quais apenas 49% representam votos válidos, o cálculo feito aponta para uma estimativa e não uma projeção segura. 

Projeção 

A coligação PTB/PV poderá ficar com três ou quatro cadeiras no Legislativo, seguida pela coligação PPS/PSDB, que poderá ter três. PP/PMDB/PTC/PT do B e PDT/PR poderão ocupar duas cadeiras cada coligação, enquanto a PRB/PSB/PRP poderá ficar com duas ou uma vaga. As coligações PT/PSD, DEM/PRTB/PC do B e PSDC/PPL poderão ficar, cada uma delas, com uma cadeira na Câmara. Já o PSC e a coligação PSL/PTN/PHS/PMN/PSOL não atingiriam o quociente eleitoral e, portanto, não elegeriam vereadores. 



 

domingo, 16 de setembro de 2012

SOU VIZINHO DE UM BAR BARULHENTO



Sou vizinho de um bar barulhento. Noite de sábado, madrugada de Domingo começando, e o barulho não tem fim. A temporada de verão nem começou em Peruíbe, e um bocado de gente chata bebendo e escutando canções horríveis em um som altíssimo.

Que se dane se é um fim de semana. EU TENHO DIREITO A DORMIR !!! BANDO DE FOLGADOS !!! Comportamento típico de muitos peruibenses hedonistas, que agem como se a vizinhança fosse desabitada. Enquanto você fica nessa diversão noite adentro, tem alguém que quer descansar. Simples assim.

Engraçado que a maioria dos fregueses desse estabelecimento são eleitores da cidade, os quais vivem berrando contra os problemas peruibenses ... e eles mesmos contribuem para alimentar um problema local.


terça-feira, 11 de setembro de 2012

ACORDE E REAJA, PERUIBENSE OPRIMIDO!


Não sei se será hoje, amanhã ou depois. Não sei se vai ser no dia 7 de outubro ou em algum dia do mês seguinte. Não faço ideia de quando será. Mas sei que é inevitável. E digo que para você será  um acontecimento fundamental e  necessário. Farto, exausto que está de esperar por melhorias, obedecendo, confiando, acreditando um sem número de vezes, em cada ano de eleições municipais, para mais tarde se sentir enganado.

Mas a verdade é que este dia não chegará por si. Será preciso que você reconheça um fato: Peruíbe, por incrível que possa parecer, ainda não desceu ao fundo do abismo, algo que nem eu pretendo testemunhar. Se você é daquele grupo que eu foco neste blog, a turma que se sente desterrada na própria terra, o que está esperando? O que te impede de chegar a esse dia?

 O dia, esse dia ao qual me refiro, é o do teu despertar para a revolta. Escrevo sobre uma revolta de foco individualista, do reconhecimento que antes de se crer em um futuro melhor nesta cidade, não é incorreto pensar em um futuro melhor em outro lugar. A Peruíbe maravilhosa de que nos falam com belos discursos, a Peruíbe de sonho, aquela cidade utópica que nos apresentam eleição após eleição, tem sido o nosso pesadelo. É isto que temos. 

Se você é um peruibense oprimido, empobrecido e tecnicamente falido (eu já fui tudo isso) mate de uma vez a esperança de que a salvação (para o município e para você) virá com esta eleição. 

Acorde e reaja, peruibense oprimido. Vá cuidar da própria liberdade.


Entendam o vídeo abaixo como quiserem:



terça-feira, 4 de setembro de 2012

DESCENDO MAIS FUNDO NO BUNKER, DE NOVO, POR QUESTÃO DE SEGURANÇA



Pois é .... setembro chegou, as eleições municipais estão mais próximas, e eu não sou UM PERUIBENSE INGÊNUO. Este blogueiro tinha começado a abordar algumas questões políticas, de maneira bem tranquila. Eu ia com cuidado e moderação mas então ... resolvi me refugiar em um compartimento mais profundo do bunker.

Não entendeu a parte de eu não ser um "peruibense ingênuo"? Espere pelas novas confusões que ocorrerão ainda neste mês em Peruíbe, e entenderá. Vou ficar quietinho aqui dentro, e estou  me lixando se tem gente que acha que eu deveria "lutar pela cidade". Que lutem por ela ..... E NÃO ME ENCHAM O SACO.

Mas aqui nas profundezas  não é monótono. Dá pra se divertir. Vejam só essas moças da Moranbong Band. Sim, é música Pop da Coréia do Norte, mas e daí?



canção legal, não é mesmo?

domingo, 2 de setembro de 2012

PROPAGANDA ELEITORAL




Não sei se sou somente eu que já não consigo mais acreditar ou se, de algum modo, meu pensar reflete o sentir de mais pessoas. O fato é que simplesmente não consigo mais dar crédito às promessas políticas em tempo de campanha eleitoral. Aliás, como se diz por aí, de promessas o inferno está cheio. Todos os anos é a mesma lenga-lenga, a mesma história, os mesmos salvadores da pátria… 

 O fato é que, entra ano e sai ano e muito pouco muda de efetivo. Alguma coisa deve estar errada, não é possível. Do alto da minha ignorância, fico imaginando por que razão uma pessoa que já ocupou “n” cargos políticos de destaque, garante que dessa vez vai fazer tudo o que o País, o Estado ou o município precisam, quando, em tantos outros anos, pouco fez disso tudo. 

 São sempre as mesmas caras a dizer sempre a mesma coisa. Prometem, prometem, mas pouco cumprem. Parece-me que a palavra e o comprometimento se perdem em meio a outros interesses pessoais. Isso sem contar as recorrentes denúncias de fraudes, simulações, apropriações indevidas e mais uma escória de práticas deploráveis. É claro que não estou dizendo e nem poderia sem conhecimento profundo de causa, que não há exceções, que não há quem faça ou que seja honesto e sério, mas que a imagem política não anda das melhores, isso não anda. 

 O que me cansa é ouvir plataformas popularescas, muitas destituídas de fundamento, eis que o candidato promete uma coisa que não está nem remotamente dentre as competências do cargo que almeja. Mas mesmo assim, promete. Sempre haverá a ignorância crédula para servir a tais propósitos. E o pior, são promessas já feitas que beiram o nível da “paz mundial”… 

 Outra coisa que me faz refletir é que, via de regra, as promessas parecem apenas se voltar a uma parte da população. Serão doze milhões de creches, haverá o programa mamãezinha brasileira, leve isso, tome aquilo, além de infinitas vagas para o trabalhador. Ninguém fala da classe média, aquela que paga muito imposto, não manda dinheiro para paraísos fiscais, não tem casa no exterior para passar as férias, mas que também carrega sua parcela de Brasil nas costas. 

 Antes que me queiram linchar, já adianto que não sou contra o assistencialismo. Só acho que dá forma como é implementado nesse país, serve muito mais para produzir massa de manobra política e social do que qualquer outra coisa. Não é necessário ser um cientista político para saber que apenas dar coisas, sem educação de qualidade, sem dar opções para uma vida nova, sem qualificar as pessoas, não resolve os problemas sociais que vivenciamos. Essas medidas paliativas, eleitoreiras, popularescas, cansam e desanimam as poucas pessoas que ainda tem esperanças de viver para verem um país melhor, digno e expurgado da bandidagem, de baixo e alto escalão. 

 O pior é que, ainda que as campanhas, sobretudo se voltem à parcela mais carente, não são esses os finais beneficiários. Quando se descobre, não foi o pobre povo, ludibriado, que embolsou milhões e quintuplicou patrimônio. Uma vez mais, as pessoas continuam sem ter escola decente para seus filhos, caso não possam pagar uma particular; uma vez mais ficam sem trabalho, sem opção, sem esperanças. 

 Pena, tão somente, termos memória política fraca e curta. Das duas uma: ou somos muito crédulos, ou muito levianos. Não sei, de fato. Só sei que, de minha parte, reservo-me o direito a dizer que não acredito mais em conversa mole, em candidatos que sequer se lembram de que a classe média existe e que está insatisfeita com os rumos que esse país vem tomando…

Cinthya Nunes Vieira da Silva é advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora – São Paulo.


Fonte: BLOG PAZ


Comentário: este blogueiro de Peruíbe encontrou o texto acima por acaso, e espero que ele ajude de alguma forma o eleitorado peruibense em suas escolhas nas próximas eleições municipais.

Assim espero.