domingo, 17 de janeiro de 2010

UM ROSTO PARA O NOSSO FUTURO




"De uns tempos para cá, eu tenho insinuado, e as vezes explicitamente afirmado, que não há futuro para Peruíbe com esse sistema econômico vigente, que favorece a vinda de turistas em busca de divertimentos grosseiros, sexo e um total desregramento. Vivemos um tempo em que não se vê alguém se arriscando a fazer qualquer proposta, a não ser a do PORTO BRASIL, para substituir o que vemos aí. Será que muitos de nós desistiram de tentar imaginar ou desejar um rosto para o futuro de Peruíbe?

Ora, nós precisamos de uma perspectiva de futuro decente como do ar que respiramos. A perda do desejo de um futuro que não seja o da continuidade desse turismo transloucado, seria o triste resultado da nossa experiência social e histórica? Muitos peruibenses passaram a aceitar uma fórmula de resignação fatalista: “dependemos da temporada e sempre iremos depender”. É lógico que pensem assim ?


Eu até entendo que muitos sejam pessimistas, já que, além da tendência da nossa prefeitura em não nos dar um rumo novo, pois isso não lhe interessa, temos por aí ONGs que também não se interessam, que já "venceram". Várias pessoas ficarão desempregadas nesta terra, logo depois que o Carnaval terminar, e uns membros de ONG comemoram a "vitória" contra o Porto.
 Lamentável.


Claro que depois de uma leitura deste texto, alguns internautas dirão que estou desinformado, pois a administração municipal possui uma proposta de
industrialização em nosso município. A prefeita fala disso, o secretário de governo fala disso, dizem maravilhas, sobre fabricação de vestuários. Trata-se de um bom discurso, para agradar principalmente certas mulheres, que acham que estão sendo "melhor governadas", devido a termos uma prefeita. E agora emprego para costureira em confecção não vai faltar. Então tá.

Caberá ao eleitorado, nas eleições de 2012, começar a esboçar o rosto do nosso futuro."


sábado, 16 de janeiro de 2010

Um Messias comemora cedo, já uns amigos dele são pragmáticos




Alguém precisa explicar para um certo messias da ONG MONGUE,que o mundo funciona submetido a regras mais complexas das que ele acredita. Além do sujeito continuar a se considerar um messias praiano, sem oferecer nenhuma "alternativa" ao "seu rebanho" ( a MONGUE NEM TOCA NESSE ASSUNTO, o DAS ALTERNATIVAS AO PORTO BRASIL), deu para acreditar em Papai Noel.

Leiam alguns dos comentários do texto sobre o Papai Noel. Nem todos concordam, inclusive a turma do Blog PORTO GENTE, que se preocupa com todos, menos com o povo peruibense.

Vai ver, a turma do PORTO GENTE sacou que a proximidade do Eike Batista com o presidente Lula envolve um importante interesse pessoal do primeiro. Se o "messias Lula" quizer, um certo projeto do Eike poderá ser resolvido sem tantos entraves. Sabem como é, o "cara" possui uma certa influência, pode tornar tudo menos difícil. Soube que o Eike doou uma grana para o financiamento do Filme do companheiro presidente. Isso dá o que pensar.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

BLOG PORTOGENTE CONTRA A NOSSA GENTE


O BLOG PORTOGENTE, vinculado ao site PORTOGENTE, famoso por sua oposição à construção do PORTO BRASIL, fez uma texto pérola, intitulado "As semelhanças entre Peruíbe e Copiapó", uma cidade chilena no norte do país, onde Eike Batista pretende construir (pois é) um Porto. DESCERAM O PAU NO HOMEM. Entrem lá e vejam. Procurem no google, pois isso nem merece link.


Me parece que um certo pessoal, não bota fé quando o Eike afirmou ter desistido de um empreedimento portuário por aqui. Disseram, se referindo a ainda desconhecida Copiapó, "que a lição não foi aprendida" e que "o triste episódio que deu à cidade paulista uma falsa esperança de progresso e depois conferiu a seus mais de 50 mil habitantes o gosto amargo do fracasso pode se repetir no Chile".


Essa turma não está preocupada com o Chile, ou com esse município distante de nós, e nem está defendendo os interesses econômicos de Antofagasta, por onde grande parte do cobre chileno é escoado -vejam só as semelhanças- para o exterior. O que interessa é assegurar, de que a VILANIA desse tão polêmico empresário brasileiro seja mantida em destaque, pois vai que ele "mude de idéia" quanto a Peruíbe. Isso não pode acontecer, e se ocorrer, esse pessoal já estará armado, pronto para convocar as ONGS SALVADORAS, as quais dizem adorar a ecologia e odeiam migrantes pobres.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

E as chuvas desabam sobre Peruíbe


Esses dias abafados foram interrompidos por uma tarde chuvosa e ameaçadora. Digo ameaçadora, pois os fatos confirmam uma tendência ao pior. Ruas ficaram alagadas em pouco tempo, pois os bueiros não deram vazão a tanta água. É a questão de uma manutenção adequada, que não vemos na prática.
E o canal que passa próximo a prefeitura TRANSBORDOU EM ALGUNS TRECHOS. Mas o senhor secretário de governo disse que DRAGAGENS são feitas nos canais. Menos nesse, como os fatos demonstram. Algo tão necessário, tão urgente, sendo deixado de lado.
Senhor secretário, a situação é grave, e quem avisa amigo é. Veja o drama em São Luiz do Paraitinga. Aquela cidade FOI DESTRUÍDA, sofreu perda do seu patrimonio histórico, devastação da sua economia, milhares de moradores desabrigados....e não estamos em situação confortável, muito melhor. Lembre-se da enchente de 2008.
Peruíbe está sob risco, e eu não vejo preocupação dessa administração, a qual parece deslumbrada com o poder, poder dado pelo voto, voto que elegeu uma prefeita e pode eleger um DEPUTADO ESTADUAL, se a incompetência estatal deixar. O maior inimigo do BARGIERISMO é o próprio BARGIERISMO, acostumado a ser exibicionista, pois adora realizações que atraem a mídia, ou que "justificam" os elogios da mesma.
Alguém preciva avisar aos bargieristas que eleitores molhados por uma enchente, com as suas casas sujas de lama e imóveis destruídos costumam ficar muito zangados, zanga que terá um efeito devastador nas eleições de 2010. Lembre-se disso, senhor secretário de governo.
E mais uma chuva desaba sobre Peruíbe.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Não seja covarde

Construída com o propósito de proteger vidas, a passarela da Vila Erminda, que possui uma altura de nove metros, foi cenário do suicídio de um pai, a morte de um de seus filhos, e outro, o sobrevivente, internado em estado grave.

Só posso lamentar, por ele não ter suportado tanta pressão, a ponto de falar em ''dar um fim a isso tudo''. E de envolver os próprios filhos nisso, o que resultou, na prática, em um assassinato.

Muitos por aqui passam por situações duras, duras demais, mas elas não justificam isso. Para aquele que passa por um momento desesperador, que pensa em ''dar um fim a isso tudo'', apenas peço que NÃO SEJA COVARDE, envolvendo aqueles que VC diz amar.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

SOS PARAITINGA, coleta em São Paulo



Prédio da ESPM, que tem sede na Rua Álvaro Alvim, 123, Vila Mariana - SP, das 15h às 21h. Nos dias 5 e 6, as entregas poderão ser feitas das 10h às 21h.

Rua Bernardino de Campos, 1624 Campo Belo – SP
11.4115-0361 / 11.9593-4205 / 11.8398-2431

- PISA Trekking São Paulo
Al. dos Tupiniquins, 202. – Moema – São Paulio
11. 5052-4085

- PISA Trekking – Campinas
Rua dos Alecrins, 667 – Cambuí – São Paulo
19.3254-0004


Dentre os itens de maior necessidade hoje (05/jan) estão:
Itens de higiene pessoal (sabonete, shampoo, desodorante, escovas e pasta de dente)
Material de limpeza/ cloro/ desinfetantes, cândida, etc
Tempero para comida (sal, sal com alho, oleo)
Leite em pó (caixinha tem bastante)
Achocolatado
Arroz
Feijão

Fora isso, também precisam de:
Roupas (incluindo íntimas)
Cobertor
Colchões
Lençol
Alimentos não perecíveis
Água.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

SOS SÃO LUIZ DO PARAITINGA



Ajudem essa cidade que é um símbolo histórico do Vale do Paraíba.


Existem postos de coleta funcionando em Taubaté. Ajudem as vítimas da tragédia.


Os telefones para informações são 147 para quem está em Taubaté ou 3633-4544. Quem não puder ir até o local pode ligar para o celular do plantão: 8119-5612 que eles buscam as doações.

Locais para doação:

Plantão da delegacia da JK

Rua Marquês de Rabicó, 33 - Gurilândia

José Dantas, 266 - Pq Aeroporto - rua da igreja

Monsenhor Miguel Martins, 361 - Vila Marli

Padre Faria Fialho, 315 - Jd Maria Augusta

E também existe o apoio da polícia militar.

Todos os Quartéis da Polícia Militar no Estado de São Paulo são postos de arrecadação. São necessárias doações de alimentos não perecíveis, água, roupas, leite de caixinha e colchões, que possam ser levados à região afetada.

As pessoas que quiserem ajudar poderão levar as doações ao quartel mais próximo de sua residência.

Peruíbe noturna (visite no youtube o canal Breno, o peruibense)



Como é bela Peruíbe a noite, vista do mirante. E com uma bela canção é ainda melhor.

postagem recomendada: Peruíbe, a terra do sol poente

Destruição em São Luiz do Paraitinga começa a ser avaliada



Eram 11 horas da manhã de ontem quando ruiu a primeira torre da Igreja da Matriz, construída no século 19, em São Luís do Paraitinga, no Vale do Paraíba. Uma grande onda de água se formou nas águas do Rio Paraitinga, que cobriam as ruas da cidade. A forte correnteza levou abaixo, logo depois, a segunda torre da Matriz e três casarões vizinhos tombados pelo patrimônio histórico. Moradores que viam a cena, ilhados nas ruas de paralelepípedo da parte mais alta da cidade, começaram a chorar.

As cheias que atingiram Paraitinga nos últimos dois dias ameaçam um dos mais importantes patrimônios culturais do Estado. Ainda é impossível saber quantos casarões ficaram de pé, entre os mais de 90 tombados - 10 já vieram abaixo.

A Igreja de Nossa Senhora das Mercês, do século 18, que contém rara imagem de Nossa Senhora grávida, também ruiu. Só uma das igrejas da cidade sobrou. "São prédios da época do café construídos em taipa de pilão, técnica onde o barro é socado com a pedra, que fica muito vulnerável às águas", explica o engenheiro civil Jairo Borrielo, morador da cidade que teve a casa coberta.

Nas ruas do centro histórico, completamente submerso, só era possível enxergar o topo de postes de luz e os picos dos telhados das casas com dois andares ou mais. Desde as 2 horas da madrugada, a energia da cidade foi desligada para permitir que o tráfego de botes de resgate ocorresse sem riscos de se enroscar nos fios. Só se sai e chega à cidade de barco.

O rio subiu cerca de 10 metros e cobriu a delegacia, o mercado municipal, a maioria das pousadas, escolas, postos de saúde, hospitais, deixando quase toda a cidade embaixo d"água. Mais de 5 mil moradores estão desabrigados, metade da população, mas ninguém morreu graças à agilidade das equipes de rafting que começaram a resgatar os desalojados desde anteontem (veja ao lado). "O maior consolo é que não temos vítimas. Mas falta tudo, água, remédios, comida, já que mercados, postos de saúde e todo o resto ficou submerso", disse a prefeita Ana Lucia Bilardi Sicherle, que também ficou com a casa submersa.

Na maior enchente da história da cidade, nos anos 1930, a água atingiu o segundo degrau da igreja da Matriz. As cheias de ontem cobriram até o belo altar de mármore da igreja e as águas passaram dos 4 metros. Técnicos da Defesa Civil explicaram que a chuva que caiu sobre os Rios Chapéu e Paraitinga motivaram as cheias. As ruas começaram a encher na manhã de anteontem. Por volta das 14 de anteontem, ainda era possível se entrar e sair da cidade. A ponte e os demais acessos da cidade foram cobertos pelas águas na madrugada de ontem. O tradicional carnaval do município está ameaçado.

FONTE ESTADÃO ONLINE

Peruíbe não está livre de uma tragédia dessas proporções. Nosso município não está preparado, lembrem-se da última enchente e, principalmente, lembrem-se do que ocorreu por aqui em 1979.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Mais sobre a Cachoeira do Paraíso


Quinta-Feira, 31 de Dezembro de 2009



Cachoeira com acesso ilegal lota de turistas
Decisão judicial não impediu entrada de 1,6 mil em parque da Jureia

Rejane Lima, ENVIADA ESPECIAL


Mais de 1.600 pessoas estiveram ontem na Cachoeira do Paraíso, no litoral sul. O local faz parte da Estação Ecológica Jureia-Itatins, que desde domingo teve o acesso proibido por uma decisão judicial.

O governo estadual, responsável pela área, descumpre a medida, como informou ontem o Estado. Numa tentativa de abrandar a decisão, preparou um portaria que limita o acesso ao parque. Monitores teriam de acompanhar grupos de, no máximo, 30 pessoas, e haveria senhas para tomar banho na cachoeira. Segundo nota divulgada ontem pela Fundação Florestal, órgão do governo, "o documento foi assinado hoje (30) pelo diretor-executivo da Fundação Florestal, José Amaral Wagner Neto, e enviado para a administração da Estação Ecológica".

A cachoeira fica no Parque do Itinguçu. Cerca de 4 mil visitantes são aguardados para o dia 2 de janeiro, pico da temporada no local. Os visitantes, muitos deles turistas que passam a semana do réveillon no litoral sul, desconheciam a proibição.

Morador de Sorocaba, o professor de história Diogo Comitre, de 24 anos, aproveitou a semana que passou em Peruíbe para conhecer a cachoeira e elogiou a exploração sustentável do local, mas disse se preocupar com o impacto ambiental de tantos turistas. Ontem, dois monitores orientavam os banhistas sobre as práticas ecologicamente corretas. Na entrada para a trilha de 500 metros que leva até a cachoeira, um guarda-parque dava as orientações e proibia a entrada de latinhas, cigarros ou alimentos.

"Não pode entrar nada que é descartável", explicou o monitor ambiental João Paulo Barbosa de Souza, de 26 anos, que há dois anos presta serviço à Fundação Florestal. No entanto, Souza admite que algumas pessoas tentam burlar as regras e acabam sujando o espaço. "Hoje eu recolhi uma fralda descartável que deixaram na pedra, mas isso é raro, assim como o cigarro. O mais comum é as pessoas perderem um dos chinelos no rio e acabarem abandonando o outro pé." Ele diz que todos os dias faz uma varredura na área recolhendo os objetos deixados.

Nascido na comunidade, Souza fez curso de primeiros-socorros e recebe salário de R$ 600 para atuar como guarda-vidas na cachoeira. Ele lamenta que haja restrição no número de visitantes ao local e conta que, fora o seu salário, o sustento de toda a sua família vem da venda de lanches aos turistas.

"O povo daqui depende disso. Eles ganham na temporada para viver o resto do ano. Minha mãe trabalha com barraca de lanche desde 1986, quando isso aqui virou Estação Ecologia e não pudemos mais plantar. Antes tinha plantação de banana. Aqui havia 18 mil pés", lembra o monitor Reginaldo Queiros, de 25 anos, que trabalha no local há cinco anos.

Para ele, a conscientização ambiental das pessoas aumentou. "Antes tinha gente que queria vir aqui fazer churrasco, subir com isopor. Agora a gente recolhe só papel de bala de vez em quando", conta.

Segundo a administração do local, as visitas monitoradas devem começar hoje. "Estamos nos adequando, a partir de amanhã (hoje) haverá monitores em toda a trilha e vamos fazer colocar um vídeo sobre a estação para as pessoas assistirem antes de visitar a cachoeira", diz a coordenadora do Núcleo Itinguçu, Jeannette Vieira Geeneen, que organizou uma reunião entre a Fundação Florestal, Polícia Militar Ambiental e comunidade. Segundo ela, a exibição do vídeo é uma maneira de tentar triar a visitação. Em nota, a Fundação Florestal também informou que já realiza o controle dos visitantes por meio da portaria da estação e também da catraca para a cachoeira.

"Antes pingar do que secar. Se isso aqui fechar de vez, todo mundo morre de fome", diz o comerciante Orlando Vitor de Lima, de 29 anos. Ele, o pai e 11 irmãos trabalham em uma das lanchonetes na entrada da trilha. "Eu nasci aqui e vivia da roça, daí veio lei da Estação Ecológica e a gente não pode mais plantar. Passamos a explorar o turismo e agora querem acabar com isso. Falam em lei, mas para a gente aqui não tem lei. Não tem luz, esgoto, telefone."

FONTE ESTADÃO ONLINE

sábado, 2 de janeiro de 2010

São Luiz do Paraitinga e suas perdas



Taubaté: campanha arrecada doações para as vítimas da chuva


Mais de quatro mil pessoas estão desabrigadas em São Luis do Paraitinga, cidade vizinha.

João Carlos de Faria

SÃO LUIZ DO PARAITINGA, SP - Uma onda de solidariedade em favor de São Luis do Paraitinga, cidade localizada a 170 quilômetros de São Paulo, teve início nesse sábado, 2, quando a Polícia Civil e a Câmara de Taubaté começaram uma campanha para arrecadar doações para as vítimas da chuva, que atingiram a cidade e deixaram um saldo de mais de quatro mil desabrigados.


Quatro postos de arrecadação foram montados em Taubaté para arrecadar água, alimentos, roupas e colchões. Na própria cidade de São Luiz do Paraitinga, muitos moradores que estão fora da área atingida pelas águas, colocaram suas casas à disposição para apoiar as operações de resgate das vítimas da enchente e acolher desabrigados.



O chefe da Casa Militar e Coordenador da Defesa Civil Estadual, Luiz Marçal Kita, iria sobrevoar a cidade hoje à tarde, para observar os estragos ocorridos e viabilizar ajuda à população.



A realização do sobrevôo, no entanto, não pode ser confirmada pela reportagem do Estado, pois a cidade estava incomunicável, com pane no sistema telefônico fixo e de celular. Também faltava energia desde a noite de sexta-feira. A rodovia Oswaldo Cruz está totalmente interditada no km 44, onde as águas do rio Paraitinga invadiram as pistas da rodovia. Outra rodovia, a Nelson Ferreira Leite (SP153) que liga a Oswaldo Cruz a Lagoinha, também foi interditada pela queda de uma barreira.



A coordenadora adjunta da Defesa Civil na região, major PM Eliane Nicoluki informou que o governo do Estado já está avaliando os danos e vai ajudar a reconstruir a cidade, que teve quase todo o seu patrimônio arquitetônico atingido pelas águas. Cerca de 80 pessoas entre policias e civis trabalham no local.



Hoje pela manhã as águas já haviam derrubado mais da metade da igreja de São Luis de Toloza, que tem mais de 200 anos, alguns casarões igualmente centenários localizados na praça Oswaldo Cruz e a capela das Mercês, a mais antiga da cidade. A prefeitura local decretou estado de calamidade pública.

Fonte estadão online
As fotos mostram a destruição da Igreja Matriz São Luiz de Tolosa.

Tragédia expõe fratura entre ricos e pobres em Angra dos Reis



02/01/2010 - 13h49

Maurício Savarese
Enviado especial do UOL Notícias


Em Angra dos Reis (RJ)Os deslizamentos de terra que nos últimos dias mataram mais de 30 pessoas em Angra dos Reis, litoral sul do Rio de Janeiro, afetaram tanto os mais ricos - que trouxeram elegância e fama à cidade e a suas centenas de ilhas na década de 80 - como os pobres que ocupam os morros dali, atraídos pelos recursos do petróleo e do turismo na região. Moradores denunciam que, além da condição social, o tratamento também tem sido diferente em meio à crise.


Na manhã deste sábado (2) as equipes de resgate localizaram mais dois corpos na região do deslizamento que atingiu a pousada Sankay, na praia do Bananal, em Ilha Grande, distrito de Angra dos Reis. Com isso, o número de mortos na área, onde os trabalhos não pararam desde o incidente da madrugada de ontem, avançou para 22.

Já no morro da Carioca, parte pobre da área continental da cidade, 12 mortos foram encontrados. Ali, no entanto, os trabalhos foram interrompidos durante a noite e retomados na manhã deste sábado. Apesar das críticas dos moradores, o Corpo de Bombeiros informou que interrompeu as buscas por conta de risco de novos deslizamentos na região ocupada principalmente por migrantes atraídos por recursos do petróleo e do turismo.

"Aqui a prioridade nunca foi para quem é da região, é para o turista sempre", disse Edson Silveira, 39, que atende passageiros da viagem de lancha entre a parte continental e o distrito de Ilha Grande. "O turista é importante, mas sem a gente que vive aqui no resto do ano a cidade não anda. E somos gente também, oras."

Sentado no estrado de madeira do píer que dá visão para o deslizamento no morro da Carioca, ele aponta também descaso dos moradores da região. "Eu mesmo já vivi ali e sei que não é seguro. Tem gente que não vai sair nem depois disso. Mas a verdade é que a cidade ganha dinheiro de royalties (de petróleo), só se fala em royalties, que ninguém nem sabe direito o que é, e esse morro só cresce desde que me conheço por gente".


Mais cedo, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), também criticou os moradores que não querem deixar áreas de risco e disse que eles assinarão um termo de responsabilidade para seguir nas áreas de encostas ameaçadas de desabar.

Angra rica
Reduto de artistas e empresários que nutrem hobbies como descobrir novas ilhas e promover festas em iates, Angra dos Reis é reconhecida como um dos destinos mais luxuosos do país. Em Ilha Grande, que abrigava um temido presídio durante o Regime Militar (1964-1985), o movimento de turistas aumentou em meados dos anos 80, segundo Elias Souza, 62, dono de uma pousada que acabou de completar sua terceira década de vida.

"Quem é daqui sempre soube que existe uma Angra mais rica e outra pobre, nos morros. Essa é uma coisa que vai mudar, eu percebi que desde ontem (1º) as pessoas que fazem reservas aqui me perguntam sobre os morros, sobre se é perto da favela que desabou", comentou.

A dona de casa paulista Silvia Nogueira, 48, chegou a Angra na quarta-feira para sua primeira visita à cidade e se assustou ao ver a clareira aberta pelo deslizamento no morro da Carioca. "Confesso que a imagem que sempre tive foi a de que a cidade era muito rica, cheia de velejadores e de gente elegante. Não sabia que aqui tinha gente sofrendo nos morros", disse.

A prefeitura de Angra criou um centro de apoio às famílias das vítimas dos deslizamentos. Ele está funcionando na sede da TurisAngra, na avenida Júlio Maria, no centro da cidade, e tem o objetivo do órgão de prestar apoio e fornecer informações a familiares das vítimas. O centro pode ser contatado ainda pelo telefone 0/xx/24/3367-7518.

Palavras de um morador:

"Aqui a prioridade nunca foi para quem é da região, é para o turista sempre" e "O turista é importante, mas sem a gente que vive aqui no resto do ano a cidade não anda. E somos gente também, oras."

E eu que pensava (ironia) que o inferno era só aqui. Não é só em Peruíbe que muitos moradores se sentem cidadãos de segunda classe. O foco no turismo se torna tão grande que dá nisso, em uma evidente discriminação para com os....menos afortunados. Tem gente que só agora está descobrindo que "também existem pobres" por lá. Vamos responsabilizar o petróleo, esses malditos royalties, "que ninguém nem sabe direito o que é" (corrigindo, o que são), pois atraem essa GENTE MIGRANTE...e aos poucos, nós também teremos os nossos royalties...e mais MIGRANTES POBRES, horror para os nossos ongueiros, vários dos quais mais preocupados com a vinda de miseráveis do que com a ecologia.

Falo de tipos hipócritas, os quais se mudam para cá, e usam o discurso do verde para mascararem seus preconceitos de classe, pois só eles podem residir em Peruíbe. Já os humilhados pela vida, buscando um lugar ao sol, esses nem pensar! Que fiquem longe, pois "trazem tráfico, prostituição e violência", ou "dão trabalho" em tragédias como a de Angra! Muitos desses "verdes" pensam assim. Alguns deviam ser mais francos e criarem uma ONG antimigração...a qual não seria contra novos residentes de classe média para cima, naturalmente.