quinta-feira, 24 de março de 2016

DENISE CAMPOS DE TOLEDO / DESEMPREGO EM ALTA NO PAÍS - MARÇO DE 2016



O mercado de trabalho está piorando nos vários aspectos. O desemprego está crescendo em ritmo mais acelerado que se previa, o corte de vagas com carteira assinada tem batido recordes. Há uma quantidade crescente de pessoas trabalhando por conta própria, sem direitos, com renda menor, sendo que o rendimento também está caindo muito porque, nas atuais condições do mercado, de atividade, com quebradeira de empresas, diminui bastante o poder de barganha dos trabalhadores, dos sindicatos. A maior parte dos reajustes está vindo abaixo da inflação. E uma inflação ainda muito alta. A taxa de desemprego que chegou a 9,5% no trimestre encerrado em janeiro, agora, em março, já deve estar em dois dígitos. As projeções indicam que possa bater nos 12%. E não se tem no horizonte qualquer indicação de reversão dessa trajetória. O mercado de trabalho é sempre o último a reagir. Os empresários só voltam a contratar quando têm segurança da retomada de atividade e precisam mesmo contratar. Com atividade em queda, a ociosidade aumenta muito. Então, mesmo que venha uma retomada, as empresas têm como segurar a situação por um bom tempo, sem precisar de mais mão de obra. O problema maior, claro, é que não se tem no horizonte uma perspectiva de reação da economia. Isso hoje está muito atrelado à crise política. Só quando o País conseguir desatar esse nó, na área política, é que poderá cuidar melhor da economia. Enquanto isso não acontece a crise econômica pode se aprofundar. O que está acontecendo com as contas públicas é um bom exemplo. Nesta semana o governo anunciou mais cortes no orçamento, que podem chegar a quase 45 bilhões de reais, mas admitiu que, diante da queda forte de arrecadação, passa a ter uma meta de déficit de 97 bilhões de reais. Está pior que no ano passado. Um déficit de quase 100 bilhões em um ano que o governo não tem a desculpa do acerto das pedaladas fiscais, de repasses que deixou de fazer para programas sociais. E acuado como está, sob ameaça de um impeachment, o governo pode é ampliar mais os gastos, agravando o déficit das contas públicas. Aí vem o efeito dominó: sem meta fiscal, porque não dá mais pra falar em meta fiscal, com um rombo desses, o governo perde credibilidade, paga mais caro pra captar recursos, amplia o endividamento, gera mais pressões inflacionárias, provoca maior desconfiança, que se reverte em menos investimentos. O governo pode até tentar aumentar impostos pra sustentar essa situação e ter mais condição de gastar, por achar que assim poderá fazer a atividade reagir. Mas, na prática, só vai deteriorar ainda mais o cenário econômico. Boa Páscoa. Eu volto na segunda.


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