terça-feira, 18 de junho de 2013

O HISTÓRICO APELO DO 18 DE JUNHO DE 1940, FEITO PELO GENERAL DE GAULLE, FAZ 73 ANOS





O Apelo do 18 de junho é o nome dado ao discurso feito pelo até então desconhecido general francês Charles de Gaulle, pela emissora de rádio inglesa BBC, em Londres. No dia anterior o marechal Pétain tinha realizado um armistício com a Alemanha Nazista, simplesmente vitoriosa na ofensiva contra a França. Com Paris já ocupada - de onde o governo fugira - optou-se pela rendição (o qual levaria a criação do regime colaboracionista de Vichy), decisão não aprovada pelo militar francês, que escolheu por continuar a luta, fundando, naquele distante dia, o glorioso movimento da França Livre, mais conhecida como RESISTÊNCIA FRANCESA:


"Os chefes que há vários anos estão ao comando do exército francês, formaram um novo governo. Esse governo, alegando a derrota do exército, estabeleceu comunicação com o inimigo para cessar os combates.  
Por suposto, temos estado, e estamos afundados pela força mecânica, terrestre e aérea do inimigo. 

Infinitamente, mais que seu número, são os tanques, os aviões, a tática dos alemães, o que nos faz retroceder. São os tanques, os aviões, a tática dos alemães o que tem surpreendido a nossos comandos, ao ponto de levar à situação na que hoje se encontram. 

 Mas, disse-se a última palavra? A esperança deve desaparecer? A derrota é definitiva? Não! 

 Creiam-me, eu que lhes falo com conhecimento de causa e lhes digo que nada está perdido para a França! Os mesmos meios que nos venceram podem nos dar em um dia a vitória. 

 Pois a França não está sozinha! Não está sozinha! Tem um vasto império de seu lado. Pode formar bloco com o Império Britânico que domina o mar e continua a luta. Pode, como a Inglaterra, utilizar sem limites a imensa indústria dos Estados Unidos.

 Esta guerra não se limita ao triste território de nosso país. Esta guerra não se decidiu na Batalha da França. Esta guerra é uma guerra mundial. Todos os erros, todos os atrasos, todos os sofrimentos não impedem que tenha, no universo, todos os meios necessários para esmagar em um dia aos nossos inimigos. Fustigados hoje pela força mecânica, podemos vencer no futuro com uma força mecânica superior. O destino do mundo está aí. 

Eu, o General de Gaulle, atualmente em Londres, convido aos oficiais e aos soldados franceses que se encontrem em território britânico, ou que aí vierem a se encontrar, com suas armas ou sem elas; convido aos engenheiros e operários especialistas da indústria de armamento que se encontrem em território britânico, a se por em contato comigo. 

Passe o que passe, a luz da Resistência Francesa não deve se apagar e não apagar-se-á. 

 Amanhã, da mesma forma que hoje, falarei na Rádio de Londres. Charles de Gaulle."


O sujeito da foto salvou a França de um destino tenebroso. Em pleno início da Segunda Guerra, a Alemanha ocupara a maior parte da Europa Ocidental, derrotando quase que sozinha - o apoio da Itália foi tardio - os então aliados. A soberania do Reino Unido só foi garantida por causa do canal da mancha e graças ao erro estratégico do Hitler em permitir que as tropas da força expedicionária britânica - que foi para a frente de guerra como se a vitória já estivesse garantida - e alguns milhares de futuros franceses livres fossem evacuados de Dunquerque para portos ingleses.

Naquele momento, a escolha do general parecia coisa de um louco, ainda mais quando ele passou a dizer a frase "Eu sou a França". Ele se proclamou líder de um país derrotado e ocupado por um inimigo poderosíssimo, o qual com os colaboracionistas como intermediários, pretendia transformar a nação gaulesa em uma aliada da causa nacional-socialista, centro de um vasto império colonial intercontinental riquíssimo em recursos humanos e naturais, os quais fariam a diferença no esforço de guerra do EIXO. Sem a resistência francesa para enfraquecer a autoridade de Vichy, a França (habitual protagonista da história mundial a cerca de quinhentos anos) teria um papel bem diferente - e nefasto - na história do mundo no século XX.

Ah, antes que eu me esqueça: assim como De Gaulle era para a esquerda francesa um "direitista reacionário", não faltaram direitistas reacionários atravessando ilegalmente a fronteira com a Espanha para se juntarem aos Franceses Livres no exílio. Enquanto montes de burgueses atendiam ao chamado patriótico do general, vários comunistas e socialistas da Frente Popular (o governo de esquerda que não preparou o país para a guerra) escolheram o caminho do colaboracionismo e se tornaram (pois é) FASCISTAS com muita facilidade. 

VIVE LA FRANCE!




MARCADORES: PERUÍBE, PERUIBENSE, SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, HERÓI, HEROÍSMO


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