domingo, 31 de março de 2013

LIVRO NOSSOS ANOS VERDE-OLIVA, DE ROBERTO AMPUERO



Acho que os melhores críticos do castrismo são os desiludidos, ou seja, aqueles que apoiaram Fidel, Che e os demais "camaradas", os quais se diziam libertadores mas apenas substituíram a ditadura do Fulgêncio Batista por uma muito pior. Aliás, isso é típico dos comunistas, a (in)capacidade deles em substituírem modelos políticos e sociais que consideravam obsoletos por algo que a história demonstrou ser pior.

Claro que nesse momento, algum "politizado" dirá que o marxismo não tem culpa pelas desgraças cometidas pelos governos socialistas marxistas, pois esses não eram - ou não são, considerando o caso de Cuba - governos comunistas de verdade, mas apenas etapas para o comunismo autêntico. Os problemas desse raciocínio bisonho são apenas dois:

Primeiro, todos os líderes políticos de regimes como o Soviético sempre se declararam - ou se declaram, como Fidel e Raul - comunistas. Quer dizer, países como a URSS não eram comunistas, apenas "socialistas", mas suas lideranças eram comunistas. Dá para entender a contradição?

Segundo, as barbaridades cometidas nesses países foram consequências da aplicação das teorias marxistas. O marxismo ensina que é preciso acabar com o "ópio do povo", ou seja, as religiões, para se chegar ao comunismo . E o que Lenin fez para tentar resolver isso? Simples, mandou sacerdotes aos montes para a Sibéria, ordenou a destruição de igrejas, entre outras barbaridades. Ele apenas seguiu a cartilha e deu no que deu. E ainda tem quem diga que o marxismo é uma "ideologia inofensiva". Basta ver os seus péssimos resultados, para compreender o quanto ela é "inofensiva".

Devido a dificuldade em tantas pessoas entenderem o que para mim é tão simples, recomendo para elas o livro do chileno Roberto Ampuero, que encarou alguns anos na ilha caribenha. No início comunista e castrista convicto, casado com a filha de um dos líderes da revolução, Roberto passou por um duro processo de descontaminação ideológica, provocado pelos sofrimentos que passou por lá. 

É um erro histórico dizer que Pinochet destruiu a força do comunismo no Chile. Se todos os milhares de exilados comunistas chilenos tivessem retornado para a pátria após 1988 (quando o ditador chileno foi derrotado em um referendo, sendo obrigado a permitir a eleição de um governo civil) tão fiéis ao ideal revolucionário quanto o eram em 1973, o Partido Comunista do Chile se reergueria forte como era antes do golpe (foi o segundo em tamanho das Américas, depois do PC cubano), o que não ocorreu devido a um choque de realidade que muitos desses exilados - assim como Roberto - passaram.

Muitos deles foram residir na Alemanha Oriental, onde eram vigiados pela STASI (a qual desconfiava que espiões alemães-ocidentais tinham se infiltrado entre os refugiados, e até da CIA), se dando conta do que era o socialismo que eles mesmos tanto pregavam. Em Cuba a situação foi pior, graças as deficiências materiais da nação, deficiências as quais Roberto descreveu muito bem. Vários camaradas não retornaram do exílio, digamos assim, "tão comunistas" quanto eram até o fim do governo Allende. 

É um drama para um comunista ser obrigado a confrontar sua sagrada ideologia com a realidade, e vários deles o fizeram, refugiados em "paraísos socialistas", seja sob o sol na tropical Havana ou encarando nevascas na européia Berlim Oriental. A desilusão política é dura, dura demais, mas necessária para se afastar do pior, e muitos brasileiros passarão por ela, quando o "paraíso" em que vivemos sofrer os efeitos de um "ploc", o seja, o simples estouro de uma certa bolha.

Link do livro na livraria Saraiva aqui

Postagem recomendada: CAMINHANDO PARA A "EXPLOSÃO DA BOLHA"


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